sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

O Brasil em 2016 - previsões

Previsões muitas vezes são falhas. Na humildade do meu saber, focaria em alguns pontos sobre o Brasil, para 2016: 1 - Inevitável aumento de impostos e possível volta da CPMF (que terá um impacto pífio no equilíbrio das contas públicas, se vier num percentual de 0,20%, por exemplo). 2 - A nossa matriz econômica não mudará.Há duas preocupações desse governo: evitar que o governo caia e tentar aprovar uma ou outra medida que seja aceita pelo PT.Mas é sabido que as medidas estruturais (e mais importantes) serão recusadas pela base na Câmara e no Senado.Ou seja, nenhuma mudança no quadro macroeconômico. 3 - O governo não tem dinheiro para subsidiar, não tem como baixar os juros (pela alta inflação)e não pode baixar impostos (pela queda na arrecadação).Os R$ 80 bilhões que o governo deseja injetar via bancos públicos tem efeito muito limitado, pois representa cerca de 11% do crédito no Brasil, além do mais, como emprestar se a demanda por crédito está em queda? 4 - Acho difícil o impeachment da presidente Dilma.A chance da cassação da chapa teria mais lógica, se encontrados indícios de irregularidades nos gastos de campanha e uso da máquina. 5 - A inflação deverá ceder, pela baixa demanda (deve ficar nos 7,5%). 6 - Os juros devem ficar na casa dos 12,5% 7 - O governo não conseguirá superávit algum, pois continuará gastando mais do que arrecada (entre juros e endividamento da dívida interna, um aumento de R$ 500 bilhões em 2016) 8 - O nosso "motor" nos últimos anos foram as commodities.Mas com menor crescimento da China para esse ano (imagino 5%) e queda do preço do petróleo, os países exportadores comprarão menos de nossas commodities e bens manufaturados, anulando o efeito da desvalorização do real.Temo que a agricultura, que tem ido relativamente bem, possa sofrer esse ano com queda nos preços.Acredito numa variação positiva de 1%. 9 - A variação do Pib deverá ficar entre -4% e -4,5% (aposto nessa variação por uma queda maior do ritmo de crescimento global - basicamente desaceleração da economia da China, do pib com variação negativa da Rússia e do Brasil, que arrasta outras nações, em especial, da região). 10 - O setor industrial continuará definhando, pela baixa demanda interna e menor demanda externa.Não duvidaria de uma queda de cerca de 8% esse ano. 11 - O setor de serviços pode dar algum sinal de reação (cobrança, recursos humanos, consultoria).Talvez uma variação positiva de 2%. Mas o grosso desse eventual crescimento partirá do setor bancário, que terá lucros menores. 12 - O consumo das famílias manterá a trajetória de queda (- 4,5%) 13 - Negativados podem chegar na casa dos 50%, o que inibirá a demanda por crédito, que já anda escassa. 14 - Acredito que a taxa de desemprego deverá ficar em torno de 12,5% em dezembro/2016 Basicamente a saída dessa grave crise do Brasil só virá com medidas estruturais (previdência, sistema tributário, marcos regulatórios "constantes", menor gastos com juros da dívida pública/menor endividamento público e melhor gasto do dinheiro arrecadado - melhor gestão). Eu não acredito que uma melhora virá com esse governo, pois ele não abrirá mão de sua plataforma, que é basicamente continuar se endividando para manter os gastos sociais, não contrariando a sua base aliada, com medidas impopulares mesmo que, necessárias hoje. Acredito que uma luz no fim do túnel, no cenário econômico, só a partir de 2017.

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