sexta-feira, 6 de maio de 2016
Poder e riqueza num território fértil
Poder e riqueza são indissociáveis.Um não sobrevive sem o outro.
Mas o que gera a riqueza, digo, riqueza importante?
Lobbies.
Se uma empresa quer defender seus interesses,financia políticos.
Tais políticos defenderão os interesses dos financiadores, apresentando medidas que sejam benéficas para os interesses corporativos.
Menos impostos,mais empréstimos,mais facilidades e etc.
No final das contas, mais lucro.
É importante que haja a livre iniciativa, o livre mercado.
Mas se olharmos a realidade atual do Brasil, temos um processo de desindustrialização.
Nos últimos 5 anos apenas, perdemos cerca de 20% de nossa capacidade produtiva.
Nesses mesmos últimos 5 anos, os bancos tiveram seus ápices em matéria de lucro.
É a substituição de um poder (fabril) por outro poder (financeiro).
Esse processo ocorreu nos EUA, em meados dos anos 1950, tendo grande impulso nos anos 1970.
Aqui repetimos o mesmo erro.
Percebam que toda cadeia produtiva do Brasil sofre pela grave crise.Uns mais, outros menos, mas na média, há retração.
Exceto no sistema financeiro.
O sistema financeiro até hoje, não viu a crise.Ele lucra com a crise.
Ele te seduziu com empréstimos, com sonhos de viagem, casa própria, carro novo.
Você acreditou nesse sonho.
Esses sonhos, de fato, se sustentariam.Desde que a economia crescesse à 3% ou 4% ao ano, todos os anos.
Citando sonhos..em 2015, 40% dos imóveis comprados na planta foram devolvidos.
E quem devolveu, receberá cerca de 50% do valor pago de volta.
Um sonho que virou pesadelo.Imagine, pagar R$ 100 mil e só receber R$ 50 mil de volta..e o tempo para juntar esse dinheiro novamente?
Dizem que são "custos administrativos"...50% de custos???
E as taxas de 13% ao mês do cartão?
Muitos se enrolam para pagar a fatura, pagam uma parte,o mínimo até.
Esse é o cliente dos sonhos das instituições financeiras.
Quem tem uma fatura de R$ 1000, paga R$ 1000 ou quem tem uma fatura de R$ 1000, paga R$ 500 e no outro mês, pagou R$ 575 do residual (15% sobre os R$ 500 restantes)..quem deu mais lucro ao banco?Quem paga a fatura integral?Não.
E mesmo quem não paga...o banco perde?
Não...com taxas de juros que beiram 300% ao ano...não há como imaginar que o banco não tenha embutido nos juros um "seguro" em caso de inadimplência.
O banco vai te pressionar a pagar, vai te ameaçar, vai te processar.Ou você faz acordo ou perde um bem.
E o seu bem será avaliado "por baixo" muitas vezes.
Olhem a situação fiscal do Brasil...foi o bolsa-família,com seus R$ 28 bilhões ao ano que quebrou a nação?
Não..são os R$ 400 bilhões de juros gastos anualmente com a rolagem da dívida interna.
O governo prefere captar recursos no mercado interno,à 14,25% ao ano que no mercado externo, à 4% ao ano.
A desculpa?Bancos de fora exigem superávit de 2% sobre o Pib..
Conseguimos superávit de 2% ou mais com FHC,Lula e até Dilma.
Houve sempre o interesse em beneficiar os bancos nacionais (ou aqui instalados), pois os juros acompanham a taxa Selic (hoje em 14,25% ao ano). Bancos que financiam...políticos.
Europa,EUA,Japão tem taxas de juros perto de 1% - e até negativas.Rolam suas dívidas a essas taxas.
Aqui, após anos e anos, taxas de juros entre as mais altas do mundo.
Hoje, a desculpa é a inflação.Mas antes, com inflação controlada, tínhamos taxas de juros 4 vezes, 5 vezes maiores que em outras nações.
É perceptível que o sistema financeiro conseguiu impor seu poder sobre as pessoas e sobre o governo brasileiro.
Não é errado pessoas e governos se endividarem, mas o custo desse endividamento é que está inaceitável.O nosso é fora de qualquer comparativo entre todas as nações importantes, seja para o governo,seja para o cidadão comum.
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