quinta-feira, 27 de março de 2014

Cotas raciais

Ao invés de diminuir o racismo (termo equivocado, preconceituoso e ainda "adorado", em vista que os homos sapiens só se diferenciam na sua etnicidade - só há uma espécie de Homo Sapiens), é preferível criar divisões, criar diferenciais entre potencialmente iguais. Isso só alimenta o preconceito étnico que é latente em nossa sociedade. De fato os humanos afros-descendentes foram tratados como mercadoria por mais de 380 anos no Brasil. O pior disso é que, com a abolição da escravatura, não inseriram esses seres humanos, libertos, na sociedade.Abandonaram-os e substituíram-os por imigrantes europeus.Assim surgiram as favelas nos grandes centros. A culpa é do homem branco? Leviano e simplista afirmar isso. Ao homem branco, das primeiras levas migratórias, que existiram até a abolição da escravatura, sim (desde que compactuasse/beneficiasse com a escravidão). Se há uma responsabilidade hoje é com os descendentes desses homens, pois acumularam riquezas geração após geração, com a exploração desses seres humanos.Acumularam riquezas com a barbárie.Se o seu pai é bandido e você ganhou um presente dele, fruto de um roubo, você tem responsabilidade, pois se beneficiou de uma ilegalidade.Essa é a lógica. Mas a grande maioria dos imigrantes brancos vieram após a abolição, não tendo assim, qualquer responsabilidade para com os escravos.Vieram em busca de novas oportunidades ou fugidos de guerras. Seria leviano também não culpar nações como o Benim e Libéria na época da escravidão, em vista que havia o comércio de escravos nessas nações.E obviamente Portugal e Espanha que compravam escravos e também invadiam nações e tribos. Como seria isso? A África é um continente formado por milhares de tribos - certamente mais que qualquer outro continente. E tribos entravam em conflito.Sempre foi assim no mundo inteiro.Até hoje é. E era costume escravizar e vender membros das tribos perdedoras. Pensar apenas que Portugal e Espanha chegavam à África e iam dominando tudo, é menosprezar a capacidade dos africanos da época. Espanhóis e portugueses compravam escravos das tribos perdedoras, vendidos por africanos, das tribos vencedoras, oriundos das constantes guerras tribais.Haviam até portos para esse fim!E reiterando que havia também a invasão por parte de Portugal e Espanha ao continente africano. O maior mercador de escravos do Brasil foi Francisco Félix de Sousa, brasileiro, filho de português negociante de escravos e de uma escrava.Logo, afro-descendente. Foi alforriado aos 17 anos. Morou no Benim, de onde realizava seu nefasto "comércio".Até hoje seus descendentes ocupam importantes posições no Benim. A história humana é cercada de barbáries, não escolhendo lado e não inocentando quase ninguém. Bom...penso que uma das formas mais eficazes de diminuir a gritante desigualdade é estimular a contratação de trabalhadores, moradores das periferias.Dar as empresas benefícios fiscais para que essas pessoas sejam contratadas. É um hábito terrível de muitas empresas contratarem pessoas residentes nas regiões centrais, mesmo não sendo, necessariamente, as mais capacitadas e esforçadas. Levar empresas e ensino às regiões mais distantes.Criar pólos industriais e de ensino nas periferias. Subsidiar o custo do transporte aos moradores das periferias. Se é mais fácil aos moradores das regiões centrais se deslocarem, que seja mais barato aos moradores das periferias se deslocarem. Socializar o ir e vir do indivíduo.Igualizar as possibilidades. Repetir e insistir nos equivocados termos "raça", "racismo", é estimular a continuidade do preconceito étnico. Ações REAIS de inclusão, que não citem "raça", "cotas" como justificativa, além de beneficiar os mais pobres e marginalizados, não os diferenciarão entre os demais. E, com o passar do tempo, ninguém mais assimilará "racismo" com o ser humano. Raça, racismo e colonização (duvido que os indígenas bateram palmas para os navegantes assim que desembarcaram), são os termos mais infelizes que existem. Mas insistem!

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